
Moisés Ferreira reúne com Movimento e compromete-se com defesa do Hospital de S. João da Madeira
Moisés Ferreira, cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo distrito de Aveiro às próximas eleições legislativas, reuniu na passada segunda-feira com o Movimento em Defesa do Hospital de S. João da Madeira.
A reunião foi solicitada pelos bloquistas que pretendiam inteirar-se da situação em que se encontra a petição lançada por este movimento e, ao mesmo tempo, discutir propostas políticas para o Hospital de S. João da Madeira e para os cuidados de saúde no distrito.
O Bloco de Esquerda manifestou o seu apoio às reivindicações do Movimento e comprometeu-se a fazer da defesa do Hospital de S. João da Madeira um dos temas do seu programa eleitoral para o Distrito.
Os bloquistas defendem a reabertura das Urgências Hospitalares no Hospital de S. João da Madeira e rejeitam a entrega deste Hospital à Santa Casa da Misericórdia ou a qualquer outro privado.
O encerramento das Urgências, assim como de outras valências, e a excessiva concentração de valências e serviços no hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, deteriorou os cuidados de saúde. Devolver ao Hospital de S. João da Madeira as valências que foram encerradas seria uma forma eficaz de descongestionar o São Sebastião e de melhorar os cuidados de saúde nos concelhos de S. João da Madeira e de Santa Maria da Feira. Essa é uma das propostas pelas quais o Bloco de Esquerda se baterá.
Outra proposta é a recusa da entrega do Hospital à Misericórdia ou a qualquer outro privado. O Bloco de Esquerda considera que essa entrega irá colocar em caus a qualidade dos serviços prestados, poderá levar à perda de ainda mais valências e impossibilitará o regresso das Urgências ao concelho. Isto porque a Misericórdia não tem capacidade nem conhecimento para fazer a gestão de um hospital e, em segundo lugar, não irá manter valências e serviços que não lhe garanta lucro.
Por outro lado, a entrega do hospital a privados, levará a que se comece a diferenciar os utentes entre utentes de primeira (aqueles que têm seguros privados ou que podem pagar) e utentes de segunda (os utentes do serviço nacional de saúde). Isto é que acontece já em outros hospitais explorados pela Misericórdia, como é o exemplo do Hospital da Prelada, onde quem pode pagar é imediatamente atendido e tem consultas e cirurgias marcadas em pouco tempo, mas quem não pode pagar tem que ficar eternamente à espera.
Para o Bloco, essa é uma situação inaceitável e dizem que não tolerarão que tal aconteça em S. João da Madeira. A saúde é importante demais para ser explorada por privados que apenas procuram o lucro e é intolerável que se implemente um serviço em que há saúde de primeira para quem tem dinheiro e saúde de segunda para quem é pobre.
O Bloco afirma que continuará a lutar por um Hospital público em S. João da Madeira que recupere todas as valências e serviços perdidos, em particular as Urgências, a ortopedia e o internamento.
Este foi, aliás, o teor de um projeto de resolução que o Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República e que foi chumbado pelo PSD e pelo CDS.