O Bloco de Esquerda teve conhecimento que um utente se deslocou no dia 21 de abril à extensão de saúde de Sanguedo, pertencente ao centro de saúde de Santa Maria da Feira, com o objetivo de marcar uma consulta médica de rotina e que essa consulta acabou por ser agendada para… janeiro de 2023. Ou seja, para daqui a 8 meses.
Tivemos ainda a oportunidade de confirmar que este não foi um caso isolado ou excecional, existindo outros utentes da mesma extensão e centro de saúde a reportarem o mesmo tempo de espera para uma consulta de cuidados de saúde primários.
Esta situação é grave. Os cuidados de saúde primários são cuidados de proximidade que devem estar mais acessíveis e disponíveis. Para além disso, são cuidados que para além de tratar e controlar a doença, têm como objetivo promover a saúde e evitar que o utente adoeça. Ou seja, consultas de rotina para vigilância do estado de saúde devem ser realizadas de forma atempada e celeremente. A inacessibilidade a estes cuidados compromete, por isso, a promoção da saúde, a manutenção de um bom estado clínico geral, assim como o controlo e estabilização de determinadas patologias.
Depois de um período pandémico difícil que fez com que muitos utentes não conseguissem ou não pudessem aceder ao seu médico ou equipa de família, seria de esperar uma retoma da atividade em pleno que permitisse dar resposta a todas as necessidades da população, presentes e passadas, mas claramente não é isso que está a acontecer.
O agendamento de consultas de cuidados de saúde primários para o próximo ano é tudo o que não deveria acontecer nos cuidados de saúde primários. Não se pode continuar a privar a população de acesso ao seu médico e à sua equipa de saúde familiar.
O Bloco de Esquerda lamenta que estas situações existam e persistam e, por isso, insiste na necessidade de investir no SNS: mais médicos e mais equipas de saúde familiar, mas resposta e menos tempo de espera. Estas são medidas básicas que devem sair do papel e que não podem ser comprometidas pela falta de vontade do Governo em investir. O grupo parlamentar do BE já questionou o governo. ler aqui
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