
Alda Sousa visitou a área de implantação do Parque de Ciência e Inovação (PCI), em Ílhavo e Aveiro, e contactou com os moradores. A eurodeputada viu um “um projeto desproporcionado, uma área absolutamente gigantesca" e garantiu que o Bloco continuará ao lado das populações contra o mau uso de dinheiros públicos.
A visita foi realizada em resposta ao convite ao coletivo organizado por um grupo de moradores. O PCI é um projeto que abarca uma área de 35 hectares, ocupando solos da Reserva Ecológica Nacional e que prevista também um campo de golfe. Os moradores reafirmaram a sua oposição ao local de implantação do PCI, aprontando outras alternativas.
A eurodeputada conversou com vários do moradores, cujas casas ou terrenos agrícolas estão em risco e pôde observar o que considerou “um projeto desproporcionado, uma área absolutamente gigantesca, sem comparação com outros parques na Europa”. Alda Sousa alertou ainda para a perda de “várias exploração agrícolas, com terrenos a serem cultivados por essas famílias, algumas das quais vivem exclusivamente desse rendimento e que agora vão ser expropriados e ter que sair do local”. Algumas das habitações estão também ameaçadas. “Esta não é uma boa política, sobretudo sabendo que noutras zonas dos concelhos existem zonas industriais desativadas ou degradadas em que um projecto de reabilitação e ocupação podiam vir a servir não só o propósito da construção do PCI, mas resolvia também o problema de requalificação dessas zonas”, defendeu. “Num momento onde a tendência é a reabilitação no plano urbanístico e a preservação de zonas ecológicas e agrícolas, é descabido que um projeto desta natureza venha destruir precisamente esse tipo de zonas em vez de requalificar outras”.
Quando o Bloco de Esquerda fez a primeira pergunta à Comissão Europeia, a Comissão alertou para a pouca clareza em torno do processo”, recordou. “A criação de 10 mil postos de trabalho parece-nos megalómana e irrealizável. Sabemos no concreto que vário postos de trabalho e que a agricultura familiar e de subsistência vão ser afetados. Estas famílias deixam de poder cultivar os terrenos e têm que passar a ir ao super-mercado comprar o que antes produziam e vendiam, o que é um absurdo e um corte drástico nos seus rendimentos”, considerou.
O Bloco de Esquerda desenvolveu já várias diligências junto da Comissão Europeia, do Governo, das autarquias e da entidade gestora dos fundos comunitários. Alda Sousa garantiu que o Bloco continuará esse trabalho, a acompanhar o processo e a estar ao lado das populações contra aquilo que é o mau uso de dinheiros públicos, no caso comunitários. “O investimento público tem que defender as pessoas. Deve resolver problemas e não contribuir para a criação de novos problemas”.