
O Bloco de Esquerda apresentou uma nova pergunta à Comissão Europeia pedindo esclarecimentos sobre o Parque da Ciência e Inovação (PCI), uma infraestrutura planeada para Aveiro e Ílhavo, orçamentada em 35 milhões de euros, dos quais 85 % serão provenientes de programas de financiamento da União Europeia.
Em 23 de janeiro de 2012, o BE tinha já apresentado uma pergunta sobre o PCI, o que levou a Comissão Europeia primeiro a anunciar que ia fazer "uma investigação aprofundada do problema" e, num segundo momento, que "até à data [abril de 2012] não se registou nenhum pedido de cofinanciamento para o projeto".
Na questão apresentada pelas eurodeputadas Marisa Matias e Alda Sousa a Comissão é questionada sobre se agora, volvido mais de um ano, "existe já algum projeto aprovado".
O texto recorda que "organizações ambientalistas portuguesas já por diversas vezes apontaram localizações alternativas, designadamente numa das numerosas zonas industriais degradadas que existem na região" que nos moldes atuais "o projeto terá de ser construído todo de raiz". Assim perguntam à Comissão se não considera que "isto contraria as atuais políticas europeias de investimento na reabilitação do território".
Atendendo a que o projeto situa-se em terrenos agrícolas em atividade e em terrenos da Reserva Ecológica Nacional, "como pode a Comissão permitir o financiamento de um projeto com estas características?", questionam.
As eurodeputadas do Bloco de Esquerda questionam ainda se a Comissão Europeia já analisou a queixa apresentada pela Quercus sobre a violação da legislação comunitária apresentada na ocupação da Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro por parte do PCI.
O Bloco de Esquerda continua a acompanhar o processo e lamenta o secretismo e as informações contraditórias adiantadas pelas entidades responsáveis. Considera ainda que pode ser escolhida uma localização alternativa numa zona industrial já infraestruturada ao mesmo tempo que se salvaguarda o património ambiental e a comunidade na zona prevista.