
Património do século II a.C. ao abandono
Dirigentes do Bloco de Esquerda de Espinho visitaram o Castro de Ovil na tarde de segunda-feira, 14 de Abril. No local constatamos que o património datado do século II a.C. está ao abandono por parte da autarquia espinhense.
O Castro de Ovil, situado no lugar do Monte, freguesia de Paramos é um dos pólos de maior interesse no concelho e por isso deve ser aproveitado e potenciado como factor de dinamização local. Trata-se de um castro pré-romano datado do século II a.C., facto que motivou a sua classificação como "Imóvel de Interesse Municipal" em 1990 e onde foram identificadas várias estruturas habitacionais de planta circular e materiais decorrentes das actividades desenvolvidas pelos habitantes do povoado.
A par do valioso património arqueológico, histórico e cultural, possui também um significativo valor natural, dado que está inserido numa área com uma enorme biodiversidade e extremamente aprazível do ponto de vista lúdico. O Bloco de Esquerda considera que estas mais-valias podem e devem ser aproveitadas para incrementar o turismo da natureza e o turismo cultural.
Lamentavelmente nem sequer existe qualquer tipo de sinalética a indicar a existência do Castro de Ovil.
Para o BE um património como este merece muito mais visibilidade, que poderá ser promovida, por exemplo, através da sua inclusão num percurso pedestre, num circuito de BTT, em acampamentos de observação de estrelas, em aulas de Ciências Naturais explorando a imensa biodiversidade local, etc.
A manutenção deste valiosíssimo património, merece mais meios e o seu desenvolvimento mais presença em campo, sob pena dos esforços e investimentos iniciais desaparecerem nos corredores, nos gabinetes, nas teias da burocracia paga pelos impostos dos munícipes.
O BE considera grave a actual situação em que o Castro de Ovil se encontra, de aparente abandono, tendo em atenção que os próprios acessos são vítimas de despejos ilegais de inertes de construção e de resíduos de variados tipos. Considera ainda que o município deve pugnar, junto do seu parceiro a nascente, Sta. Maria da Feira, no sentido de resolver a ligação dos efluentes domésticos e industriais à rede de esgotos para que a Ribeira de Rio Maior não continue a atravessar, com odor pestilento intenso, património tão valioso como o de Castro de Ovil.
O património é um elemento fundamental para a cultura e para a identidade e história de um povo. Por isso, deve ser preservado, recuperado e dinamizado culturalmente.
Ao lado do castro, as ruínas da antiga fábrica de papel “Fábrica do Castelo”, construída em 1836, poderiam, por exemplo, ser aproveitadas para actividades de paintball.
O BE exige que a Câmara Municipal Espinho adopte medidas de forma a cumprir com a decisão que foi aprovada em 2000, em reunião da Câmara, para a musealização do Castro de Ovil e da construção de um Centro Interpretativo; que toda a zona envolvente do Castro de Ovil seja limpa e alvo de uma requalificação assente na preservação de todo o património existente naquela área; que sejam colocadas placas informativas indicando a existência do Castro de Ovil.