Nos últimos tempos há uma série de atores políticos que, quando ocorre uma qualquer catástrofe, atiram de imediato as culpas para o estado. Para estes apóstolos da divindade populista, instalados na herdade do fascismo, o Estado é o bode expiatório que usam para branquear os seus crimes.
Aquando da tragédia de Borba, atiraram logo as culpas para o estado. O estado falhou, gritaram histericamente todas as abéculas que vivem abrigadas debaixo do guarda-chuva do populismo. Mas afinal quem é o dono da pedreira, é o estado ou o privado?
O dono é privado! Não foi, portanto, o estado que andou a violar a legislação em vigor, escavando de forma vil e gananciosa a pedreira, de tal forma que provocou a derrocada da estrada. Os culpados deste desastre são os privados, que na cegueira do lucro de qualquer forma, provocaram esta catástrofe.
É claro que Assunção Cristas tem dificuldades em distinguir o que é propriedade do estado e de um privado. Aliás, em 2014, durante o governo PSD-CDS, lançou um regime de regularização automática de pedreiras que violam regras de segurança, mas ainda assim tem toda a desfaçatez de vir agora apontar o dedo.
Temos de ser condescendentes com os incapazes, mas firmes na defesa da verdade. Não nos podemos deixar enrolar pelo discurso raivoso contra o Estado, ilibando os privados das suas responsabilidades.
Os privados em nome do lucro fácil atropelam repetidamente todas as leis, acabando por gerar uma serie de catástrofes. Temos o caso dos bancos, da industria das celuloses, das comunicações, das pedreiras, etc… quando a tragédia acontece, escondem-se com o rabo entre-as pernas e os seus seguidores gritam logo histericamente que a culpa é do Estado.
O Estado tem as costas largas. Se há um incêndio, a culpa é do estado, porque andou a plantar eucaliptos de forma desordenada, não limpa as matas e ainda por cima anda encapuçado a atear incêndios.
Ainda todos se lembram daqueles que andavam ajoelhados a lamber as botas aos banqueiros, mas depois da catástrofe, fazem de conta que nada aconteceu e que nem sequer conhecem esses heróis de outrora.
O populismo alimenta-se da mentira, da corrupção, do egocentrismo e só se expande quando existe falta de conhecimento e ignorância.
Temos de ser racionais, não nos deixar embalar pelo canto da sereia fascista. Para isso, a capacidade crítica é indispensável para defender a democracia, a justiça social e os direitos humanos.
Hoje mais do que nunca temos de ser exigentes. Quem está a representar o estado não pode ser benevolente com quem viola as leis. Só assim se retira o tapete aos saudosistas do fascismo.