Em outubro do ano passado o Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha foi encerrado pela proteção civil por falta de condições de segurança. O cancelamento da atividade assistencial programada e da recolha de sangue que ali decorria deveu-se ao facto de chover intensamente dentro das instalações, nomeadamente junto do quadro elétrico.
Nessa mesma altura voltámos a questionar o Governo sobre a necessidade de intervir na infraestrutura deste centro de saúde (dizemos que voltámos a questionar porque tínhamos já levantado o assunto sensivelmente um mês antes do encerramento por razões de segurança) e voltámos a expor os problemas existentes, assim como as soluções para os mesmos:
“(…) falta iluminação em alguns consultórios médicos (o que prejudica a consulta e a própria análise clínica em alguns casos, obrigando os profissionais a levarem candeeiros ou usarem outras fontes de iluminação), a caldeira encontra-se avariada e, por isso, o edifício torna-se gelado no inverno, quer para profissionais, quer para utentes, o que é pior nos casos de consultas de bebés e crianças ou permanência no edifício de pessoas doentes. Há ainda a situação de infiltrações de água e da falta de manutenção do espaço exterior.
Todos estes casos seriam de simples resolução, mas a falta de autonomia das instituições e o não deferimento por parte do ACES e da ARS às várias solicitações, não permitem que os problemas se resolvam. Pelo contrário, eles eternizam-se. É preciso que todas estas pequenas obras sejam imediatamente desbloqueadas para termos um melhor centro de saúde (e dessa forma um melhor SNS) para utentes e profissionais. Espera-se que este alerta sirva para isso mesmo: resolver os problemas em vez de os eternizar”.
Na resposta a esta segunda pergunta o Governo respondeu:
“No que diz especificamente respeito ao Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha, a ARS Centro elaborou um estudo de arquitetura para a requalificação do edifício na sua globalidade, que foi estimada em 850.000,00 euros (IVA incluído). A Autarquia tem em sua posse o referido estudo, com o objetivo de identificar uma solução, em termos de financiamento, que passará pela submissão de candidatura no âmbito da reprogramação do programa Centro 2020 ou de outra linha de financiamento”.
Acontece que estamos já no final de setembro de 2020, um ano depois, e toda a situação se mantém igual. Aproxima-se mais um Inverno (que será mais difícil do que nunca por causa da pandemia de Covid-19) e o centro de saúde não teve nenhuma intervenção de fundo, nem se sabe se e quando a terá.
Caso se repitam as chuvas de 2019 este edifício fica sem quaisquer condições para responder às necessidades dos utentes e de garantir a segurança dos profissionais que aqui trabalham, deixando desprotegidos milhares dos utentes, apenas e só por inoperância das entidades responsáveis pela execução desta obra. Os deputados do BE já questionaram o governo. ler aqui
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